sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quem era Ana há 5 anos atrás

Mas por que saber quem era Ana? Bom, acho que nada mais motivador para quem deseja uma mudança do que ver uma história de sucesso.
Então, decidi iniciar o blog contando a minha história e mostrar aos consumistas de plantão que é possível mudar e ser feliz de verdade sem ter que consumir.

Antes de conhecer meu marido, eu era uma tipica baladeira e consumista.  Eu ganhava relativamente bem pra uma pessoa sozinha (em torno de 3.5 mil reais liquido), mas conseguia gastar todo o meu salario e ainda ficar no vermelho todos os meses. Eu dividia um apartamento com 3 amigas e o único bem que eu tinha era um Clio que consegui comprar com um consorcio, que faltava ainda mais de 50% das parcelas para pagar.
Como eu saía muito, eu precisava de muita roupa.  Então, quando eu me sentia triste, sozinha ou tinha alguma decepção amorosa, eu corria para o shopping e começava a comprar.  Entrava nas lojas e começava a experimentar roupas e mais roupas e saía do shopping renovada, super feliz.  Mas é claro que aquilo era momentâneo.  No dia seguinte a tristeza estava de volta.  E o pior é que muitas das roupas/sapatos que eu comprava, acabava nem usando porque tinha sido comprado no impulso e quando eu ia usar, achava um defeito que não tinha visto na hora da compra e aí ela ficava encostada.  Meu armario tinha 6 portas e estava lotado de roupas.  Era muita coisa!
O consumismo é como uma droga: proporciona um bem estar e uma felicidade, porém momentânea.  Logo o efeito passa e a tristeza anterior retorna.  E como um vício, quanto mais você compra, mais você quer comprar e não consegue se livrar desse impulso.

Quando conheci o Marcos, meu marido, logo percebi que ele era o oposto de mim (financeiramente falando).  Ele era o que chamamos de "pão duro".  Tinha 24 anos e ganhava quase o mesmo que eu.  Porém, tinha 1 Palio quitado e uma poupança com 80 mil reais.  Apesar de detestar o "pão durismo", eu me senti muito mal de ver o quanto eu estava atrasada.  Mas é claro que eu não dei o braço a torcer e continuei com a minha vidinha consumista.
Logo fomos morar juntos e quando íamos ao mercado era sempre uma briga.  O Marcos queria comprar tudo da marca mais barata: macarrão, sabão em pó, detergente, papel higienico, levava sempre o produto com o preço mais baixo.  Eu já tinha a cultura de que o mais caro era o melhor e muitas vezes nem olhava o preço.  Quando tinha algum produto que eu não conhecia nenhuma das marcas disponíveis, aí sim eu olhava os preços para escolher o mais caro, porque era óbvio que o mais caro seria o melhor.
Depois de uns 8 meses de namoro, o Marcos decidiu comprar um apartamento e queria que eu fosse morar com ele.  A idéia dele era compramos um ap pequeno, de 1 quarto e usar a poupança, vender o carro dele e financiar o mínimo possível.  Um apto de 1 quarto na região que trabalhavamos e moravamos estava em torno de 140 a 180 mil.  Porém, os mais baratos tinham 38 a 40 m2 (minúsculo).
Um certo dia, resolvemos entrar no site da Cyrela e ver se tinha algum apartamento na planta na região que queríamos.  O único apartamento que tinha era um de 110m2 e a corretora passou um valor de 400 mil reais.  Na hora caímos na risada porque estava totalmente fora do nosso patamar, mas agendamos com a corretora e fomos até lá só pra conhecer.
A corretora começou a apresentar o predio, mostrou o apto decorado e eu comecei a sonhar. Era tudo maravilhoso! Academia, 2 piscinas aquecidas, ofuro, sala de massagem, 3 salões de festas, salão de jogos, brinquedoteca e tudo com uma decoração incrível.  No final, nós acabamos dizendo pra moça que estava totalmente fora do que poderíamos comprar.  Ela então, disse que tinha uma unidade em um andar mais baixo, por 350 mil.  Perguntou a renda dos 2, fez a contas e disse que conseguiríamos sim comprar com a nossa renda.  Porém, o plano de pagamento da construtora era totalmente invíavel, mas ela disse que era pra irmos pra casa, fazer as contas e passar um plano que seria bom pra gente.
Saindo de lá, o Marcos olhou pra mim e falou: soooonha.
Eu fiquei tão triste, mas fiz isso; fiquei sonhando, sonhando e pensando se realmente era um sonho impossível.
E foi assim que surgiu a decisão de mudar.